Produzir é preciso, viver não é preciso. Não a dignidade nem preservação da vida humana preciosa. A truculência atabalhoada de voltar custe o que custar, custe milhares de vidas humanas. A vida é de graça, mas é preciso ganhá-la de novo e de novo, todos os dias, e nunca está garantida. É assim que nos querem ver, correndo todos pra todos os lados pela prosaica sobrevivência. Como se tudo isso fosse indispensável, pra manter mercadorias nas prateleiras. Só a vida é dispensável. Valor. Valores. Vale mais o que é banal, um dia banal, igual, anos a fio. Impossível parar, repousar, contemplar, sanear a vida, o que é precioso aqui e agora. O principal é salvar o Deus máquina, alimentá-lo com nossas vidas em rituais cujo único sentido é uma renda no final do mês. O que a vida quer da gente é sacrifício. Sacrifício como ofício. Quem dera ser uma peça na engrenagem, esse tempo já passou. Agora é precariado na veia. Salve-se quem puder. Cada um por si.
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Belo texto, capta bem a lógica da sociedade de mercado e sua indiferença para com o bem estar real das pessoas que a compõem e são sacrificadas em seu altar. O texto também mostra também a crueza e a crueldade dessas relações em tempos de pandemia.
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Grato por sua leitura e palavras Erich.
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