
Sem título, 2021
Fotografia digital
Se eu ao menos pudesse voltar
por Jenis
As noites acendem como quem pede a mão para dançar a alguém de pés já doloridos. Por favor, há como fazer parar?
Já me sinto cansada e perdida, com as cores se tornando uma só. Não há mais a necessidade de ponteiros, as horas são dispensáveis ao passo da fermata. Tudo se torna quente e imprevisível, uma vela esquecida ao lado da cortina.
O que eu não daria para a volta da noite; pelo aconchego do cobertor. Se ao menos pudesse voltar.
Há tempos que meu cérebro não para. Gira e não para. Dança a noite-dia sem saber do fim. Quando penso, durmo; quando durmo, penso. Se ao menos pudesse voltar… Se ao menos pudesse voltar? Pra onde, ou melhor dizendo, quando? Não se sabe quando, muitas piruetas fazem o mundo deixar de existir. Talvez, seja pra quando ele ainda era distinguível. Distinguível, se fazendo perceber o dia de noite, a hora 1 da 16, num instante em que se tinha perspectiva do próximo. Pois, agora tudo está aceso perpetuamente, ad infinitum.
Se eu ao menos pudesse voltar…
Se eu ao menos pudesse dormir…
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