Que não me falte elegância na hora do soco A mão direita pesa e a esquerda é chumbo Sinto acidez no estômago de muitas gentes Um ácido agarrado às paredes da garganta Estranho incômodo regurgitado pois não quer ser engolido Que não me falte elegância na hora do soco Um devaneio no poder vai massacrando Vômito não basta para limpar entranhas É preciso não comer o intragável pedaço de verme Não comer nada! Prioridade contrária do desempregado Da mulher segurando as tetas nas bocas dos filhos Daquele que não sabe o que fazer Sobreviver é a lei em meio às feras Nossa solidariedade não basta, apesar de existir Que não me falte elegância na hora do soco.
Sou o Poeta da Garrafa. Odilon Machado de Lourenço nascido no pampa, ventado em minuanos, procurador de esmos e lonjuras. O que busca caminhos e olhos, palavras e sonhos. O que segue no claro do sol e da lua, o que navega e silencia à beleza. O que lavra a terra, águas e céu, plantador de passos, horizontes, sementes de amor e ternura. O que vai a colher miragens, tomar sombras, redemoinhar sem leme. Sou a distância dos dias e das noites que andam comigo contemplando o mundo. Sou brumas revoadas pelo som das auroras, amanhecido de velhas histórias e delírios. O veio, o nascedouro de uma loucura, mas sou sublime se contemplares meus olhos e ouvir meus sentidos. Sou folheador de paisagens, miscigenado brasileiro da Latino América, ouvidor de marulhos e brisas, caçador de estrelas. Olhador de fogueiras, enritmado de blues, samba e versos. Sou uma deriva com porto.
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Que não nos falte tal elegância nobre amigo. Belíssimo poema do nosso tempo.
Abraço.
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Grato, caro amigo.
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