Porta da frente

Por: Patricia Hironimus
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Sento na cadeira ao lado de sua cama.
A janela aberta sussurra fria e levanto minhas pernas sobre o assento, tentando cobrir o meu peito e tudo o que ele sabe por dentro escorre pelos meus olhos!
Viro o meu rosto para o lado e vejo o quadro que comprei naquela feira de artesanato, torto, desalinhado…….. ele já foi bonito um dia e hoje eu olho e o rejeito…. não pela obra do artista, mas sim pela idéia distorcida de acreditar que você o merecia.

Estou tremendo e você parece bem acolhido……sempre foi assim!!!!!!! Nada poderia estar errado, afinal era como um pilar sustentando sua pose, um monumento pesado…. é….. esse quarto não revelado.
Hoje traz memórias que me vestem e saio pela porta da frente………desço de escadas e conto cada andar……….nada de saídas de emergência!

Só uma vontade cheias de certezas, a rua me vem e me toma, sou livre, estou viva e isso me basta!

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