Delírio psicodélico.

Por: Fábio Flyer
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Foto por James Wheeler em Pexels.com

Sou o Rainbow, pai de 7 poodles, o Red, Orange, Yellow, Green, Blue, Indigo e Violet.   Nomes escolhidos pelos meus pais no auge do momento mais colorido do romance em que viviam!
Nasci numa época onde as cores e as flores eram símbolos de paz e amor!
E animais de estimação eram parte da família, me sentia a branca de neve entre os 7 anões . Sou o filho do meio, meu irmão mais velho o primogênito chamava-se Peace e minha irmã “mais nova” era a Love . Nasci no dia 28 de junho de 1969, meus pais estavam grávidos e participavam da primeira “Pride” em Stonewall Inn e os desejos de ambos era que eu fosse um filho diferentāo.
Adoro flores, visto cores, minhas roupas são customizadas e criei o estilo tai dai.
Fui a realização de um sonho de pais adulterados, assim como contam meus pais!
Meus irmãos foram inspirações para o festival de Woodstock e o movimento “Peace and Love”. Sobre Love, vocês podem estar confusos e achar estranho afinal ela era mais velha que eu e meus pais sendo muito criativos, em suas viagens, eles juram que são criadores e  fundadores do festival de Woodstock, então para não confundi-los, Love foi adotada logo após meu florescer!

Falando um pouco de Peace, ele tem 29 anos, usava cabelo Black Power, é alto, musculoso, estilo dos rappers americanos, era produtor de  música e nas horas vagas fazia dingos de datas comemorativas. Assim tirava um extra para investir em sua carreira solo.
Love é cantora lírica e faz dupla em projeto de música junto com a Peace e se apresentavam em eventos alternativos.
Love tem 28 anos, é ruiva, alta, muito magra e sonhava em ser modelo de passarelas.

Eu por sua vez, tenho 1,70 de altura, estava com o peso no limite, sofria das doenças da moda, tenho TOC, autismo parcial, hipocondríaco e assim que assumi minha bipolaridade me entendia muito melhor numa família de pessoas cujo não eram consideradas tradicionais.
Mesmo sendo o filho do meio, eu tenho 27 anos e sou glamouroso, adotei o estilo dos artistas fabulous e sou a Diva Queen que meus pais idealizaram.
Meu conceito de moda era moderno e inspirado no movimento das cores fortes e havia um mix de alegria e muita loucura da minha vida em família, éramos considerados a happy family do momento!

Falando mais um pouco da minha narrativa, na horas vagas uso meu nome de guerra Little Sunshine,  adoro a cor amarela, dirijo uma Kombi inspirada no filme da Pequena Miss Sunshine e faço Lips Sync nas horas vagas em boites do circuito drags, em  cidades vizinhas. Sou fã da Britney e das Chayene, da novela Cheias de Charme, de um canal de televisão muito conhecido.

Não posso esquecer de falar dos presentes mais preciosos da minha vida, meus pais que são veganos, minha mãe que se chama Essência e tem 48 anos: meu pai cujo nome é inusitado, Leesérgico e tem 50 anos. E o romance  dos dois foi amor na primeira onda,  em um show dos Renato e Seus Blue Caps. E estão na onda até hoje!

Estavamos no final da decade de 70. E foi notável que era uma década onde o momento ia ser um novo desafio. A onda veio com brilhos e a década da revolução dos cabelos a base de muito laquê, calças coladas, polainas e cotoveleiras e o tecido de vinil e a onda do Neon…… a música passava por uma nova repaginada e quem viveu os 80 também parou nos anos 80.
Éramos uma família unida, porém cada um com seu ideal.
Meus pais fundaram uma comunidade Hippie e fazíamos cursos de dança, canto, instrumentos musicais e eu meus irmãos decidimos montar um trio exuberante. Os Polainas e a Brilhantina. Os projetos solos de cada um não havia seguido em frente, éramos alucinados e tínhamos idéias que não eram aceitas até mesmo pela nossa comunidade. Com Os Polainas e a Brilhantina fundamos o estilo musical Flower Power, nossas letras abordavam a liberdade. Meus pais fundaram a igreja Paradise Now, ainda dúvido de algumas coisas, meus pais eram grandes contadores de histórias e muitas delas eram de muita criatividade. Eles nos criaram com muito otimismo e tínhamos liberdade para sermos  nós mesmos e sem ter preconceito com o que fazíamos e ou usávamos. Fomos uma inspiração para a Familia Dó, Ré, Mi, mas com uma diferença, eles fizeram sucesso e nos perpétuavamos o sonho que sempre vem para quem sonhar.
Também não foi dessa vez. Mais tarde uma loira lança uma música e parte da letra usa essa frase e se tornou a Rainha dos baixinhos.
Nós que eramos já altinhos em todos os sentidos, decidimos nos unir aos nossos pais e trilhar na comunidade todo nosso aprendizado, com nossas tentativas que não deram certo.
Me tornei padre depois….. como adorava um vestido não pensei duas vezes. Nossa ostia era produzida por meu pai e literalmente eram batizadas com gotinhas de felicidade, ele era um químico de mão cheia e muito generoso nas dosagens das pastilhas.
A igreja era uma loucura, todos dançavam, riam muito e saudavam o todo poderoso, não vou omitir essa informação, mas meu pai foi nomeado como o senhor da felicidade e minha mãe a Deusa da mirra e ninguém sabe o que é essa tal de mirra até hoje.

Nossas orações, eram de minha responsabilidade pregar e era pura celebração e acabava em festa. E eu aproveitava esse momento para fazer o que achava que fazia de melhor, Lips Sync. E assim vivia nossa comunidade, nossa moeda era a base de trabalho comunitário, Peace era responsável pela segurança da comunidade e Love optou para mestrar Yôga, sua voz era suave, só não era muito zen, zen, paciência…. era a zen didática e zen boa comunicação.
O resumo de nossas histórias termina num esquenta na casa da Si, muita essência que dava um maior barato. Estavamos eu, Si, Rô, Sil, Sir, Su e uma outra pessoa que seu nome era complexo. algumas gotas de essências produzidas pelo meu pai eram servidas, muita cerveja e cigarros que não são vendidos em lugares comuns.

Era Réveillon, festa de aniversário da Má que foi nós encontrar numa van com seu marido o Fá, ali iniciou nossa segunda party e na play list muito anos 80, paramos na década como as músicas. A van não tinha bancos então ela improvisou com colchão, sofá, cadeira de praia e cadeiras da sua casa. Foram 20 minutos de muita gritaria e dancinhas estranhas dentro da van. Logo saímos, a boite era longe e então decidimos dar um pit stop e assim realizamos nossa terceira festa numa parada de rua, num posto de gasolina e novamente bailamos ao som da playlist que já estava programada para tocar no repeat e non stop.
Percebemos que a noite passava e que íamos perder o melhor da noite a virada dos 80, para o novo ano que se iniciava e mais essência de vida, alegria, gargalhadas e muita confusão. Perdi a conta de quantos éramos nesse exato momento…..

Meus pais estavam como de praste adulterados e amando como na primeira onda, eram um casal um tanto excêntrico e diante de toda essa confusão estavam viajando juntos, contando suas maravilhosas histórias para todos que conheciam.

Eu por sua vez, não sei bem o que eu fiz. Se tudo isso não passou se uma viagem alucinada e foi que percebi, eu estava em casa, deitado em minha cama ouvindo os Beatles e Rolling Stones e Engenheiros do Havaí. Foi uma das viagens mais reais e verdadeira que experimentei depois de toda essência que usei na minha vida.
A única coisa que pensava no momento era, esperar a onda passar e tomar minha dose de Rivotril, e bem vindo a era da geração comprimido……. e eu era um deles além de hipocondríaco, além do TOC e parcialmente tinha autismo.
Me considero exótico, de sorte e sou otimista. …..
Ou tudo era parte de uma onda sem fim… 

3 comentários Adicione o seu

  1. Fabio Volotao disse:

    Boa noite,

    Este texto foi escrito com base em pesquisas, referências de vida e mistura ficção com realidade. Foi escrito em um momento onde a inspiração foi superar um momento onde não estava com a mente voltada para criar algo com citações cômicas e este foi meu maior desafio, gargalhar quando o que mais precisava era derramar lágrimas. E uni as duas sensações em lágrimas de felicidade. Entusiasmado com o convite e contente por poder conseguir superar esse momento.

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  2. Miriam Costa disse:

    Fábio: foi importante eu ter tido a oportunidade de lançar esse artigo. Você é sim um entusiasta das emoções e um escritor criativo também….. tudo isso foi preciso para essa cômica história. Obrigada por compartilhar!
    Que vc se supere sempre. Bem vindo.

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    1. Fabio Volotao disse:

      Você foi a responsável por me oferecer este presente, desfaio e me descubro a cada texto. Obrigado por tudo!💓💓💓

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