O tempo que existimos

Nickie Zimov, Beyond Compare (2018)
Uma das minhas certezas é que costumo me apaixonar por quem me faz escrever, 
ainda que esse caminho possa ser destrutivo. 

Mas não venho (desta vez) falar sobre a paixão ou a destruição. 
Quero dizer sobre o 
entre
em que me coloco quando estou contigo. 

Encontro entre nós 
o gosto do risco 
e saboreio como água gelada quando há sede e calor. 

Hoje, estar contigo é me segurar ao presente. 
O passado nos constitui e conta histórias que transitam entre a angústia e nossos risos. 
O futuro não existe e nós nunca poderemos nos prender a ele. 
A gente nunca pensou juntos em ser um após. 

Nos resta ser o entre. 

É o nosso jeito mais saudável. 
A expectativa sempre foi nossa inimiga. 
Talvez seja por isso que nos damos tão bem 
em aproveitar o tempo que temos quando nos colocamos de frente, 
em aproveitar o riso e o gozo. 

Mas não estou aqui para me declarar a ti. 
Não sinto aquela paixão avassaladora que me tira o chão, o eixo e a fome
mesmo que ainda esteja cercada pelas borboletas no estômago.
Agora eu sinto mais paz e leveza. 
Descanso e respiro.

Deixar de te esperar no amanhã 
tem sido a minha cura 
porque eu te encontro no mundo do possível
e eu sei que nesse universo, 
a qualquer momento, 
poderemos nos distanciar novamente.



ps: quero registrar também o quanto gosto de dormir contigo. A gente se encaixa bem e gostoso. Te abraçar e sentir teu corpo colado, tua bunda deliciosa, são tão bons quanto o calor dos teus braços ao meu redor e tuas mãos grudadas nas minhas. 

Por Naomi Lustosa

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