Vultoso – by Miriam Costa

O horizonte jamais irá tentar simplificar sua poesia – nos trás a sensação de bem-estar palpável. Enquanto a maioria declara definição para linguagem, eu escancaro a sequência que me atinge como um raio, para mim é difícil separar o fim do começo ou dar um sentido geral para manter a jornada.
A pintura também me traz versos fortes e encantatórios, que eu não empresto para quase ninguém. Sou apegada às minhas telas velhas, assim como aos meus velhos livros que não resistem por sorte mas sim por acaso. Minha arte é uma voz solidária, que às vezes fica em silêncio, minha arte não cabe nesses tempos modernos que precisam de um ensaísmo para seguir em frente. Minha memória não guarda discursos de regras e é fértil na produção de pequenas amostras, do que vivi, senti e até onde morri… Sim, porque a poesia me permite morrer e fazer a transição consciente do não-ser, respeito a intenção da superfície do texto, mas, inevitavelmente, o mudo de seu original para algo menos contundente, para mim é um recurso natural.

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