Minhas leituras favoritas de 2022 by Farley

(blog Farley)

Em um primeiro momento, achei que leria bem menos em 2022. Porém, com o passar do tempo, consegui manter e aumentar o ritmo, mesmo com a rotina mais agitada. Desta vez não me forcei a nada e abandonei alguns livros no meio do caminho — insisti em poucas obras chatas e não me arrependo de ter deixado pra lá certas leituras. No fim, sinto que foi um ano bem proveitoso e repleto de leituras envolventes.

Mais uma vez, não publiquei nenhum texto sobre as minhas leituras, principalmente por causa de outras prioridades. A única coisa nesse sentido que consegui fazer foram fotos com brevíssimos comentários sobre as leituras. Fora isso, consolidei de vez o Kindle como o meu dispositivo para leituras, é muito prático e não consigo me ver sem esse ebook reader.

Minha lista completa de leituras pode ser conferida no Skoob e no Goodreads. Não deixe de ver também minhas escolhas dos anos anteriores.

Se um Viajante Numa Noite de Inverno, de Italo Calvino

Já tinha lido “Se um Viajante Numa Noite de Inverno” uns dez anos atrás e decidi revisitá-lo por vários motivos — só tinha lembranças vagas da narrativa e queria ver como os anos mudaram minha percepção. Foi uma ótima experiência, ainda achei muito envolvente a inusitada trama focada em histórias incompletas de estilos distintos. Recomendo demais e possivelmente vou voltar nele no futuro.

A pediatra, de Andréa del Fuego

Em “A pediatra”, acompanhamos uma médica especializada em atender crianças que não suporta a própria profissão. Para lidar com as situações e sua realidade, a mulher usa de muita ironia e acidez. A narrativa é leve, irônica e, em alguns momentos, nada correta, e foi justamente por isso que eu gostei tanto desse livro.

A Verdade Sobre O Caso Harry Quebert, de Joël Dicker

Romance policial é um dos meus gêneros favoritos e “A Verdade Sobre O Caso Harry Quebert” é um ótimo representante desse gênero. Na trama, um escritor famoso, para escrever um livro, investiga um misterioso crime envolvendo seu mentor. Além de ter muitas reviravoltas, a obra de Dicker desenvolve muito bem os personagens centrais e seus dramas. Foi uma leitura muito envolvente, com certeza vou conferir a continuação e outras obras do autor.

Flores para Algernon, de Daniel Keyes

Aumentar a inteligência em níveis altíssimos parece ser um bom negócio, não é? “Flores para Algernon” explora essa premissa em uma trama envolvente e tocante. O protagonista é um rapaz com retardo mental que se torna muito inteligente depois de um experimento. A vida dele muda completamente, mas não necessariamente para melhor. É uma história agridoce e melancólica, gostei como o autor aborda temas importantes e levanta reflexões sobre inteligência, compaixão e empatia.

O Castelo Animado, O Castelo no Ar e A Casa dos Muitos Caminhos, de Diana Wynne Jones

“O Castelo Animado” é um dos meus filmes favoritos do Studio Ghibli e sempre tive curiosidade em conferir a obra literária em que o longa foi baseado. Para minha surpresa, descobri que na verdade são três livros, então aproveitei para conferir tudo. A história começa quando uma garota chamada Sophie é transformada em uma velha por uma bruxa maligna, e, depois disso, ela passa a morar com o temível mago Howl em seu castelo itinerante. Os livros seguintes se passam no mesmo mundo e exploram novas tramas e personagens, sempre com várias referências e ligações ao primeiro volume.

As obras têm como alvo o público infantojuvenil, mas, mesmo assim, gostei da narrativa leve e da atmosfera fantástica. Apreciei também a construção do mundo, que tem vários conceitos e localidades interessantes. E me surpreendi com algumas coisas sinistras, como monstros implacáveis e algumas mortes. No fim, vale muito a pena conferir a trilogia O Castelo Animado.

Herdeiras do Mar, de Mary Lynn Bracht

Em “Herdeiras do Mar”, acompanhamos o impacto da guerra da Coréia na vida de duas irmãs: uma delas é capturada pelos invasores japoneses e forçada a ser uma “mulher de consolo”, a outra precisa vivenciar os horrores do conflito. É uma história triste e intensa, mas também muito impactante e envolvente.

Starsight e Cytonic, de Brandon Sanderson

Brandon Sanderson é um dos meus autores favoritos e fazia muito tempo que eu queria continuar sua série de ficção científica Skyward. Neste ano, “Starsight”, o segundo volume da série, foi lançado em português e não me decepcionei: a história tem boas reviravoltas, conta com as ótimas cenas de ação características do autor e apresenta construção de mundo elaborada. Fiquei tão envolvido que, no fim de Starsight, decidi ler a sequência, Cytonic, em inglês — me surpreendi com as várias mudanças no estilo da trama e narrativa. Agora, continuo neste universo lendo as novelas com tramas focadas em outros personagens. E, em 2023, talvez eu encare as 1200 páginas de O Caminho dos Reis, veremos.

Antes que o café esfrie, de Toshikazu Kawaguchi

Sempre gostei de tramas que envolvem viagem no tempo, e fui ler “Antes que o café esfrie” com muita curiosidade. O livro aborda um café no qual é possível viajar no tempo, porém há inúmeras condições e nada do que é feito é capaz de mudar o presente. Normalmente esse tipo de história explora as consequências e mudanças decorridas da viagem temporal, então fiquei me perguntando como essa obra desenvolveria o tema. Me surpreendi com várias tramas agridoces e que nos convidam à reflexão, recomendo muito apesar de ser simples e um pouco subdesenvolvido.